Paulo Torre’s 1967 short film Kaput is one of the most revolutionary Brazilian films of all time. With the beginning of the Military Dictatorship in 1964, numerous filmmakers resorted to metaphor as a means of criticizing the political situation under which they were living. However, there were a select group of filmmakers that attempted to defy film censors and make films that explicitly dealt with the acts of oppression that were taking place around them. Kaput is one of such films.
Kaput captures the counterculture spirit of 1960s Espírito Santo youth, portraying drugs, love, dancing, and rock n’ roll. Yet such elements seem to fall into the background as the film’s main character discovers his passion for political activism and literature. After studying the writings of Fidel Castro, the main character pens his own piece critiquing the Suplicy law and the war in Vietnam. When his text is published in a school newspaper, the military police descend upon him.
Brazilian filmmakers of the 60s were putting their lives on the line when criticizing the military government in their work. A film such as Kaput, which is critical in the most explicit of terms, deserves to be recognized for its extraordinary bravery. Like the film’s main character, Paulo Torre surely recognized the need to incite activists against the military at that moment in time. With Kaput, he confronted the extraordinary risks of producing a revolutionary work of art, and in doing so, created what remains today an extraordinary call-to-action in the face of oppressive forces.
O curta-metragem Kaput de Paulo Torre, de 1967, é um dos filmes brasileiros mais revolucionários de todos os tempos. Com o início da Ditadura Militar em 1964, numerosos cineastas recorreram à metáfora como forma de criticar a situação política sob a qual estavam vivendo. No entanto, havia um grupo seleto de cineastas que tentavam desafiar a censura cinematográfica e realizar filmes que tratavam explicitamente dos atos de opressão que estavam ocorrendo ao seu redor. Kaput é um desses filmes.
Kaput captura o espírito de contracultura da juventude capixaba dos anos 60, retratando as drogas, o amor, a dança e o rock n' roll.Todavia, tais elementos parecem cair em background à medida que o personagem principal do filme descobre a sua paixão pelo militância política e literatura. Depois de estudar os escritos de Fidel Castro, o protagonista escreve a sua própria obra criticando a lei Suplicy e a guerra no Vietnã. Quando seu texto é publicado em um jornal escolar, a polícia militar impõe-se a ele.
Os cineastas brasileiros dos anos 60 estavam colocando suas vidas em risco ao criticar o governo militar em seu trabalho. Um filme como Kaput, que é crítico nos termos mais explícitos, merece ser reconhecido por sua extraordinária bravura. Tal como o personagem principal do filme, Paulo Torre certamente reconheceu a necessidade de incitar os ativistas contra os militares naquele momento. Com Kaput, ele enfrentou os riscos extraordinários de produzir uma obra de arte revolucionária, e ao fazê-lo, produziu o que permanece hoje uma extraordinária chamada à ação diante de forças opressivas.