Salvador: Anos 1950-1960
Apesar de todo o avanço metodológico na pesquisa histórica relacionada ao próprio campo, a história do cinema tende a se manter vinculada a alguns eixos, seja do ponto de vista temático ou espacial que ordenam e dão sentido às formas de ler e interpretar os processos históricos, e no caso do cinema brasileiro, não seria diferente. Mesmo com o questionamento de Jean Claude Bernardet nos anos 1990, parece que ainda acreditamos em mitos fundadores, estabelecendo relações de causalidade hierarquizante que algumas vezes não nos permitem elaborar novos caminhos e miradas na escrita da história do cinema brasileiro, transformando em “pontos cegos” objetos e temas os quais possam ter algum tipo de proximidade ou relação com aqueles considerados centrais pelos pesquisadores.
Dentre muitos exemplos possíveis, nos detemos aqui na produção cinematográfica realizada na Bahia durante as décadas de 1950 e 1960. Parte dela, tais como os filmes de Alexandre Robatto Filho, segue razoavelmente desconhecida e outra, sobretudo aqueles filmes realizados entre 1959 e 1964, são compreendidos como uma rápida passagem para o Cinema Novo, especialmente considerando a centralidade de Glauber Rocha nesse cenário.
Este período é denominado “Ciclo baiano de cinema” - nomenclatura que ressalta a descontinuidade da produção cinematográfica brasileira, especialmente da que está fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo - ou também “Nova onda baiana”, que evidencia a aproximação dos novos cinemas que emergiram na mesma época, sobretudo na Europa. O movimento ocorreu em Salvador, capital da Bahia, inserindo a cidade em um contexto de intensa produção intelectual e artística, não apenas relacionada ao cinema, mas também às artes visuais, à literatura, à música, ao teatro e à estruturação da vida universitária, com o surgimento da Universidade da Bahia.
Nesse sentido, é fundamental ressaltar a criação do Clube de Cinema da Bahia (CCB), em 1950, tendo como principal figura o crítico de cinema e advogado Walter da Silveira, que se tornou seu programador. A existência do CCB potencializa a organização do campo cinematográfico baiano e, conforme aponta Veruska Silva, a partir deste momento houve em Salvador a...
...formação de uma sensibilidade para a reflexão e/ou para a participação das mudanças implementadas ou desejadas que tornaram esta experiência singular e marcante para tantas pessoas. Foi, ainda, no Clube de Cinema, que a possibilidade de tornar o cinema um meio de pensamento, expressão, criatividade e trabalho se transformou em uma opção real para muitos agentes da cidade de Salvador (2010, p. 48).
Entre 1959 e 1964, foram realizados 15 filmes que se lançaram em busca das características tidas como fundamentais da cultura e sociedade baianas. É possível identificar neles o fluxo deste debate frequente nas ciências sociais e artes à época, reunindo assim os interesses não apenas dos cineastas, mas também de intelectuais, artistas visuais e literatos que se preocupavam de forma mais sistemática com as questões concernentes à formação cultural baiana.
Assim, encontramos neste período obras literárias como as de João Ubaldo Ribeiro, Adonias Filho, Sônia Coutinho, além de Jorge Amado (escrevendo desde os anos 1930), que se aproximavam do cotidiano das camadas populares através de personagens como pescadores, prostitutas, meninos de rua, estivadores, yalorixás, feirantes, sindicalistas, indígenas, negros, brancos e mestiços pobres. Por sua vez, Milton Santos, Thales de Azevedo e Vivaldo da Costa Lima desenvolveram, desde os anos 1950, pesquisas sobre a sociedade baiana, observando, entre outras questões, a complexidade das relações e hierarquias raciais e suas representações em um estado com uma população majoritariamente negra.
Já Mário Cravo Jr, Pierre Verger, Carybé e Rubem Valentim, por exemplo, dialogaram de diversas formas com a força estética das religiões afro-brasileiras, criando uma nova visualidade a partir desses novos referenciais, ressignificados nas artes visuais. Neste momento, houve ainda as incursões da arquiteta Lina Bo Bardi relacionadas ao Museu de Arte Popular da Bahia (MAP) e ao Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), que também comungavam do mesmo interesse, como os nomes das instituições anunciam. É neste caldeirão cultural em plena ebulição por onde transitam cineastas, artistas e intelectuais da Bahia e diversas partes do Brasil, que encontramos Trigueirinho Neto e o seu Bahia de todos os santos (1961).
Bahia de todos os santos, Uma Bahia do Desencanto
Em 30 de junho de 1959, Paulo Emílio Sales Gomes escreve a Walter da Silveira uma carta de apresentação de Trigueirinho Neto, na qual fala rapidamente do interesse deste em filmar na Bahia, bem como da sua formação no Centro Experimental de Cinema de Roma. De acordo com Maria do Socorro Carvalho, Trigueirinho estava em Salvador desde fevereiro, trabalhando na produção do filme, mas sendo recebido com alguma desconfiança pelos realizadores baianos, que só foi revertida após a exibição bem-sucedida do seu curta metragem Nasce um mercado, na programação do CCB (2002, p. 100).
A partir deste momento, criou-se uma grande expectativa em torno da realização do filme entre novembro de 1959 e fevereiro de 1960, mobilizando, além da equipe envolvida, a atenção dos críticos e do campo cinematográfico baiano. A esta altura, Redenção (1959), Pátio (1959) e Um dia na rampa (1960) já haviam sido finalizados e exibidos.
Como uma espécie de preâmbulo, os créditos iniciais do filme aparecem sobre um mapa da Bahia no qual se destaca a Baía de Todos os Santos, acidente geográfico em torno do qual a cidade do Salvador e o Recôncavo Baiano se organizaram. Sendo uma das regiões de ocupação colonial mais antiga no território da cidade, ela é responsável até hoje pelas imagens que costumam identificar Salvador, com seu mar azul, o Elevador Lacerda, a rampa do Mercado Modelo, o casario do centro histórico e a população majoritariamente negra transitando pelos espaços. É também neste ambiente que transcorre parte significativa do filme.
Logo após o mapa, ainda nos créditos, vemos diversos saveiros atracados na rampa do Mercado Modelo e os trabalhadores carregando as mercadorias trazidas das cidades do recôncavo para as feiras. Embora seja um filme de ficção, estes dois minutos dedicados à rampa são, de certa forma, documentais, e dialogam diretamente com Um dia na rampa (1959), documentário de Luiz Paulino dos Santos que se dedica a acompanhar um dia dos trabalhadores no mesmo local. E é exatamente neste ambiente de circulação intensa de mercadorias e pessoas que o protagonista, Tônio (Jurandir Pimentel), aparece pela primeira vez. Franzino, sem camisa e sentado sobre um barril, aparentemente alheio ao que acontece ao seu entorno, o personagem dá o tom da angústia e do relativo isolamento ao qual está sujeito pela sua condição racial e econômica. Em um dado momento, ele percebe a chegada de um homem bem vestido, com um terno claro e um relógio de bolso. Então, ele o segue e furta o relógio, findando o preâmbulo.
Daí por diante, acompanhamos Tônio na sua caminhada por um trecho do bairro do Comércio (em reforma) e um corte nos leva a uma praia não identificada, com bastante pedras, ondas fortes e um casebre de palha, onde ele encontra seus amigos, Pitanga (Antônio Sampaio), Manuel (Geraldo Del Rey), Matias (Eduardo Waddington), Neco (Francisco Contreiras) e Crispim (provavelmente Nelson Lana). É neste local onde eles se escondem da polícia, recebem e organizam produtos contrabandeados, e os resultados de pequenos furtos e trambiques.
É também ali que acontece a primeira conversa a respeito de temas que atravessam todo o filme: as dificuldades e limitações de viver em uma cidade empobrecida, com escassas possibilidades de emprego, geralmente vinculadas a algum tipo de apadrinhamento, e as ambiguidades em relação ao desejo de partir em direção ao sudeste, em busca de melhores condições de vida.
Pouco depois, estamos em uma outra região, distante do centro da cidade, entre dunas e coqueirais - uma imagem também recorrente nos filmes Entre o Mar e o Tendal (1953) e Xaréu (1954), de Alexandre Robatto Filho. Uma tropa da polícia montada dirige-se velozmente a uma comunidade pesqueira, que naquele momento realizava uma cerimônia religiosa do candomblé. Os policiais, sem descer dos cavalos, investem contra a população, destroem os pejís onde estavam assentados os símbolos dos orixás e incendeiam o barracão. Ameaçam de prisão a Mãe Sabina, yalorixá responsável pelo culto, além de obrigar as mulheres a carregarem o que restou das imagens e ferramentas dos orixás até o posto policial, em um cortejo lúgubre, com o qual Tônio cruza no meio do caminho.
Com a sua chegada, descobrimos que Mãe Sabina é sua avó materna, que sua mãe é uma mulher doente e que seu pai desapareceu; e que, embora Tônio tente alguma aproximação, ele é rechaçado pelas duas, como se não pertencesse àquele espaço. Aqui delineia-se o motivo da sua solidão – na sua condição de mestiço, é visto como branco demais para ser aceito como negro na comunidade em que vivem a avó e a mãe, e simultaneamente é negro demais para ser incorporado às escassas oportunidades da cidade. Sem pouso fixo, passa períodos na casa da mãe de Pitanga ou da Inglesa (Lola Brah) - estrangeira com quem tem um caso conturbado -, no quarto de Neco e Alice (Arassary de Oliveira) ou no esconderijo da praia. Embora os outros personagens tenham algum grau de parentesco, relacionamento ou apadrinhamento a quem recorrer, o principal espaço do filme é a rua.
Seja deambulando na praia ou pelas ruas do centro antigo, na região do Pelourinho, seja para os bares, acordos, desentendimentos ou fugas, é na rua onde tudo acontece na vida desse grupo. É preciso ressaltar, no entanto, que a cidade que vemos em Bahia de Todos os Santos é o avesso do cartão postal. É uma Salvador decadente, depauperada e opressiva, que massacra os pobres e trabalhadores - em sua maioria negros -, como é possível observar não apenas nos personagens principais, mas sobretudo nos figurantes, seja nos bailes, na luta sindical, na cadeia ou no reformatório.
Em uma das visitas à casa da mãe de Pitanga, há um diálogo sobre uma mobilização grevista no porto, na qual Pedro, irmão de Pitanga, está envolvido. Porém, ele é assassinado após matar um policial, e, ao tentar socorrê-lo, Pitanga precisa fugir da polícia. Tônio furta dinheiro da Inglesa para ajudar na fuga dos sindicalistas, que conseguem escapar do cerco policial à greve. Ao não aceitar o rompimento de Tônio, a estrangeira o denuncia à polícia, ocasionando sua prisão, que é mantida por um período, já que o rapaz se nega a delatar os fugitivos. É importante ressaltar que a perseguição ao terreiro de Mãe Sabina e a luta pela organização sindical dos trabalhadores do porto são indícios que apontam para a ambientação do filme durante o Estado Novo (1937-1945), localizando uma das cartelas iniciais que se refere temporalmente a “alguns anos atrás”.
Há neste momento do filme movimentações que atravessam o grupo e apontam para a sua dissolução. Embora, a princípio, todos se mostrem preocupados, apenas Manuel insiste em ajudar Tônio, embora não consiga fazê-lo sozinho. Neco e Alice vão para São Paulo, Crispim - relativamente estabelecido como artista plástico - vai estudar no Rio de Janeiro graças a uma indicação, Matias desaparece após ser pego por Neco na cama com Alice, e Manuel vai casar com a namorada grávida. Por fim, quem retira Tônio da cadeia é sua avó, muito contrariada, sobretudo porque ela, já perseguida pela polícia por conta do terreiro de candomblé, teria que ao menos temporariamente se responsabilizar por ele, que termina o filme exatamente no lugar onde começou: na rampa do mercado, angustiado e sozinho olhando o horizonte.
Embora o argumento de Trigueirinho Neto desejasse uma perspectiva que se pretendia equilibrada, a considerar a presença de personagens brancos e negros, e beirando muitas vezes o discurso falacioso da ‘democracia racial’ nas suas falas públicas sobre o longa-metragem, a tensão racial e as desigualdades atravessam todo o filme e os destinos ali colocados, demolindo o posicionamento do próprio diretor. Enquanto Crispim, branco, afirma que “esse negócio de cor é besteira”, Tônio o interpela afirmando o contrário: “Se você fosse pra lá, arranjava logo trabalho. Comigo é diferente. Dizem que é tudo fácil, que tudo se arranja, que a cor não influi. Tudo da boca para fora. Nós é que sabemos.” E ao se referir à Inglesa, continua: “Ela gosta da minha cor. Desprezam, desprezam, mas quando é na cama a gente serve sempre. Toda branca diz que é para ajudar, para salvar. A Inglesa sempre me diz isso. Você não pode entender. Você é branco”.
Enquanto os brancos Crispim, Manuel e Neco conseguem divisar novos horizontes para organizar a vida futura, os negros permanecem sem possibilidades. A Pitanga restou a malograda fuga e a cadeia. A Tônio e sua avó, Mãe Sabina, a frequente ameaça de prisão, além das humilhações desumanizantes e racistas proferidas pelo chefe de polícia; ainda que Mãe Sabina tenha uma postura altiva, não é suficiente para fazer frente à agressão perpetrada. Nesta perspectiva, o filme “traí” o seu diretor, tanto por evidenciar exatamente o contrário da perspectiva pretendida, mostrando a impossibilidade, mesmo que ficcional, da igualdade entre negros e brancos em uma sociedade racista, quanto pela recusa da identificação dos baianos com o filme à época, algo que foi explicitado diretamente na sua primeira exibição pública.
“Frustração, piedade e revolta”: A Recepção de Bahia de Todos os Santos em Salvador
Conforme vimos acima, a desconfiança inicial em relação a Trigueirinho e suas intenções cinematográficas em Salvador foi revertida pela exibição do seu primeiro filme na programação do CCB, rendendo um acolhimento empolgado pelo campo cinematográfico, explicitado pelo artigo Para Trigueirinho Neto, um louvor, de autoria de Walter da Silveira e publicado no Diário de Notícias em setembro de 1960. Nele, o crítico faz uma breve retrospectiva sobre o cinema na Bahia, de modo a inserir a chegada de Trigueirinho no momento de efervescência e mobilização dos anos 1959/1960, citando a atuação de Roberto Pires, Luiz Paulino dos Santos, Glauber Rocha e o desejo de consolidação da produção cinematográfica com temas e questões locais, como seria o caso do Bahia de Todos os Santos, assim como Barravento (1962) - em produção naquele momento - e repudiando os filmes franceses e alemães que se utilizavam da cidade e de seu povo como cenário.
De tal modo, compreende-se a expectativa criada em torno do filme, reforçada, como sublinha Maria do Socorro Carvalho, pelas falas do diretor, que descrevia Bahia de Todos os Santos como “um filme sobre o povo, para o povo, contando a sua história de forma linear, com diálogos simples e utilizando a música popular” (2002, pg.100). Além da atenção da crítica especializada, nas proximidades do lançamento houve uma intensa cobertura da imprensa, criando um clima de interesse por este que aparentava ser um sucesso.
Entretanto, apesar de ter sido um grande evento, com a presença da crítica, elenco, políticos, além do público, o rechaço ao filme foi provavelmente proporcional ao tamanho da expectativa. Diferentemente do que imaginava Glauber Rocha, a rejeição veio sobretudo do público. Durante a estreia, este vaiou o longa-metragem, não se identificando como o povo para o qual Trigueirinho afirmava realizar o filme e nem com a cidade ali registrada em suas contradições.
No que tange a crítica, Walter da Silveira, no segundo artigo dedicado ao filme, intitulado Com sinceridade, para Trigueirinho Neto, também publicado no Diário de Notícias, na edição de 25 e 26 de setembro de 1960, foi o que primeiro demonstrou insatisfação em relação ao que foi visto, por conta dos problemas de ritmo, fragmentação, descontinuidade e a “falta do temperamento da Bahia”, além de apontar o que ele classificou como falta de “humildade artística” ou de “consciência artística” do diretor, ao menosprezar as críticas e segundo a perspectiva de Silveira, se utilizar erroneamente da ideia de vanguarda como defesa em relação a incompreensão do público.
Provavelmente esta postura mais enfática e dura tomada pelo crítico tem a ver com o seu lugar de decano no campo cinematográfico baiano, o que provavelmente fez os outros críticos mais jovens, tais como Orlando Senna e Hamilton Correia tomarem uma postura recuada e sem muito comprometimento, apesar do reconhecimento da polêmica em torno do filme.
Por sua vez, Glauber Rocha foi quem tomou a defesa mais direta do filme, escrevendo o artigo Defesa do filme, na edição de 02 e 03 de outubro de 1960 no Diário de Notícias, apropriando-se da gramática neo-realista para defender as escolhas de Trigueirinho Neto. Para Carvalho, a crítica de Glauber seria uma resposta ao posicionamento de Silveira, apontando as qualidades do filme, assim como sob uma outra perspectiva, o faz também Roberto Pires, aqui também sublinhando a importância da atuação de Antônio Luís Sampaio, que posteriormente, absorve o nome do seu personagem, transformando–se artisticamente em Antônio Pitanga (2020, p. 111).
Por fim, ao apontar o diálogo entre as imagens do Bahia de todos os santos e os já citados filmes de Luiz Paulino dos Santos e Alexandre Robatto, abrem-se possibilidades para uma abordagem comparatista, que pode também aprofundar o diálogo do cinema com o imaginário relativo ao estado da Bahia, sobretudo no que diz respeito a Salvador, compartilhado com as artes visuais e a música. Isto nos ajuda a compreender a rejeição acachapante a que o filme foi submetido no período do lançamento, mesmo propondo questões significativas em aproximação com o cinema moderno e os temas políticos e sociais. Durante os anos 1950 e 1960 houve um contexto de produção e reflexão artística, cultural e intelectual que, de formas singulares, deram “régua e compasso” para o reconhecimento das “coisas da Bahia” muito além das suas fronteiras, e nos parece que Bahia de todos os santos tem uma participação significativa nesse processo.
REFERÊNCIAS:
BERNARDET, Jean Claude. Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro: metodologia e pedagogia. 1ªedição.São Paulo: Annablume, 1995.
CARVALHO, Maria do Socorro. A nova onda baiana: cinema na Bahia (1958-1962). Salvador: EDUFBA, 2002.
GUSMÃO, Milene de Cássia Silveira. Dinâmicas do cinema no Brasil e na Bahia: trajetórias e práticas do século XX ao XXI. Tese de Doutorado. Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais: Salvador, 2007.
NOGUEIRA, Cyntia (org). Walter da Silveira e o cinema moderno no Brasil: críticas, artigos, cartas, documentos. Salvador: EDUFBA, 2020.
RUBINO, Silvana e GRINOVER, Marina (orgs). Lina por escrito. Textos escolhidos de Lina Bo Bardi. São Paulo: Cosac Naify,2009.
SETARO, André. Panorama do cinema baiano. 2ªedição. Salvador. EGBA.
SILVA, Veruska Anacirema da. Memória e cultura: cinema e aprendizado de cineclubistas baianos dos anos 1950. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade. Universidade Estadual do Sudoeste: Vitória da Conquista, 2010.
STAM, Robert. Multiculturalismo tropical: uma história comparativa da raça na cultura e no cinema brasileiros. São Paulo: EDUSP, 2008.
Entre 1959 e 1964, foram realizados 15 filmes que se lançaram em busca das características tidas como fundamentais da cultura e sociedade baianas. É possível identificar neles o fluxo deste debate frequente nas ciências sociais e artes à época, reunindo assim os interesses não apenas dos cineastas, mas também de intelectuais, artistas visuais e literatos que se preocupavam de forma mais sistemática com as questões concernentes à formação cultural baiana.