Watson Macedo’s Carnaval no Fogo differs from the other films in this program for not containing street carnaval scenes, but is part of it for a special reason: it is the film that crystallized the formula of the carioca carnival musical film, commonly known as chanchada.
Such formula, mentioned by Sérgio Augusto in the book Este Mundo É Um Pandeiro, was summarized by the filmmaker Carlos Manga: the characters are archetypical and the plots revolve around exchanges (of identities, of objects, etc.), and the narrative was generally structured in the following way: "1) the good guy and the good girl get into trouble; 2) the comical character tries to protect both; 3) the villain takes advantage; 4) the villain loses advantage and is defeated". There is the caveat that sometimes "the good guy, at first serene and candid, turned out, due to the circumstances, to be a smartass."
Besides that, of course, are the obligatory musical numbers, included in the hope of becoming hits in the carnival of that year or the next, depending on the release date. In Carnaval no Fogo we have the premiere of songs by renowned composers such as Nássara and Wilson Batista (Balzaquiana) and Luiz Gonzaga and Humberto Teixeira (Meu brotinho and Me deixe em paz).
Unfortunately, the copy we have suffers from poor sound and image quality and lacks important scenes - notably the one in which Ricardo (Anselmo Duarte) finds the cigarette case lost by the gangster Angel (José Lewgoy) and the classic parody of the balcony scene from Romeo and Juliet starring Oscarito and Grande Otelo.
Even so, the film is an important and amusing explanation of the permanence and success of the chanchada genre in Brazilian cinema.
Carnaval no Fogo, de Watson Macedo, destoa dos outros filmes deste programa por não conter cenas de carnaval de rua, mas o integra por uma razão especial: trata-se do filme que cristalizou a fórmula do filme musical carnavalesco carioca, popularmente chamado de chanchada.
Tal fórmula, citada por Sérgio Augusto no livro Este Mundo É Um Pandeiro, foi resumida pelo cineasta Carlos Manga: além dos personagens serem tipos e as tramas girarem em torno de trocas (de identidades, de objetos, etc.), a narrativa se estruturava geralmente da seguinte forma: “1) mocinho e mocinha entram em apuros; 2) cômico tenta proteger os dois; 3)vilão leva vantagem; 4) vilão perde vantagem e é vencido”. Há a ressalva de que, às vezes, “o mocinho, a princípio sereno e cândido, revelava-se, por força das circunstâncias, um espertalhão.”
Além disso, é claro, estão os obrigatórios números musicais, incluídos na esperança de emplacar no carnaval daquele ano ou do seguinte, a depender da data de lançamento. Em Carnaval no Fogo temos a estreia de canções de renomados compositores como Nássara e Wilson Batista (Balzaquiana) e Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (Meu Brotinho e Me deixe em paz).
Infelizmente, a cópia de que dispomos sofre de baixa qualidade de som e imagem e da ausência de cenas importantes - notadamente aquela em que Ricardo (Anselmo Duarte) encontra a cigarreira perdida pelo gângster Anjo (José Lewgoy) e a clássica paródia da cena da sacada de Romeu e Julieta protagonizada por Oscarito e Grande Otelo.
Ainda assim, o filme é uma importante e divertida explicação da permanência e do sucesso do gênero chanchada no cinema brasileiro