During the 70s, while the so-called Brazilian economic miracle was taking place, the military government was opening the national market to foreign companies and the workers were suffering with low salaries, lack of job stability and increasingly precarious working conditions that led them to a situation of absolute poverty in the heart of the country's industrial park: the ABC region of São Paulo. After years of severe repression suffered by the unions after the coup of 1964, the Metalworkers Union of São Bernardo do Campo and Diadema was looking for ways to organize the workers in search of better living conditions. One of these attempts was the use of cinema as a tool of articulation and political awareness.
From the approximation of the syndicate with the filmmaker Renato Tapajós, four short films were made, and finally the feature film Linha de montagem, a general balance of the activity of the workers and of the syndicate in the troubled years of the ABC Paulista strikes in the late 70s and early 80s. The title of the film indicates not only the place occupied by the workers in the factories, but the various elements, large and small, that made those mobilizations possible: the leadership of the union's board of directors, the local-level struggle of the workers, the support of artists in pro-strike events, the space provided by churches for workers' meetings, and even the organization of soccer matches to raise funds for the strike fund. Tapajós brings us a broad vision strongly informed by his proximity to the union, which, at the end of those movements, concludes the need for the political-party organization of the workers.
Ao longo dos anos 70, enquanto acontecia o chamado Milagre Econômico brasileiro, o governo militar abria o mercado nacional para empresas estrangeiras e os trabalhadores sofriam com o arrocho salarial, falta de estabilidade no emprego e condições de trabalho cada vez mais precárias que os levavam a uma situação de miséria absoluta no coração do parque industrial do país: o ABC paulista. Depois de anos de grave repressão sofrida pelos sindicatos após o golpe de 1964, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema procuravam formas de organizar os operários em busca de melhores condições de vida. Uma dessas tentativas foi o uso do cinema como ferramenta de articulação e conscientização política.
A partir da aproximação do Sindicato com o cineasta Renato Tapajós, realizaram-se quatro curta-metragens e, afinal, o longa Linha de montagem, um balanço geral da atividade dos operários e do sindicato nos conturbados anos das greves do ABC paulista no final dos anos 70 e começo dos anos 80. O título do filme indica não apenas o lugar ocupado pelos operários nas fábricas, mas os diversos elementos, grandes e pequenos, que tornaram possíveis aquelas mobilizações: a liderança da diretoria do sindicato, a luta em nível local dos trabalhadores, o apoio de artistas em eventos pró-greve, o espaço fornecido pelas igrejas para reuniões dos operários e até mesmo a organização de partidas de futebol para arrecadar fundos para o fundo de greve. Tapajós nos traz uma visão ampla e fortemente informada pela sua proximidade ao sindicato, que, ao final daquelas movimentações conclui a necessidade da organização político-partidária dos trabalhadores.